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Glaucoma

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O QUE É?

É a designação genérica de uma doença que atinge o nervo óptico e envolve a perda de células nervosas da retina. A pressão intra- ocular elevada é um fator de risco significativo para o desenvolvimento de glaucoma. A média da pressão intra-ocular na população é de aproximadamente 14 a 17 mmHg. Pressões acima de 21 mmHg são consideradas suspeitas e devem ser melhor investigadas. Não existe, contudo, uma relação causal direta entre um determinado valor da pressão intraocular e o aparecimento da doença — enquanto uma pessoa pode desenvolver dano no nervo com pressões relativamente baixas, outra pode ter pressão intraocular elevada durante anos sem apresentar lesões.

QUAIS OS SINTOMAS?

O glaucoma raramente apresenta sintomas. Um sintoma quase inevitável do glaucoma é a perda visual. No início a perda é sutil, e pode não ser percebida pelo paciente.Geralmente atinge primeiro a visão periférica. Freqüentemente o paciente não nota a perda de visão até vivenciar a "visão em túnel". Se a doença não for tratada, o campo visual se estreita cada vez mais, obscurecendo a visão central e finalmente progredindo para a cegueira do olho afetado.

 

Nos glaucomas agudos, que são causados pela elevação súbita e severa da pressão intra-ocular, os pacientes podem relatar dor ocular intensa, visão embaçada, forte dor de cabeça, fotofobia, náuseas e vômitos.

QUAIS OS TIPOS DE GLAUCOMA?

Glaucoma Crônico de ângulo aberto: Trata-se da forma mais comum do glaucoma. É responsável por mais de 80% dos pacientes adultos portadores de glaucoma. O ângulo de drenagem do humor aquoso do olho torna-se menos eficiente com o passar do tempo e a pressão intra-ocular aumenta. O glaucoma crônico de ângulo aberto pode prejudicar a visão de forma tão gradual e indolor que o paciente não percebe qualquer sintoma antes do nervo óptico já estar bastante lesado.

 

Glaucoma de angulo fechado (agudo): caracterizado por aumento súbito de pressão intraocular. Geralmente ocorre em olhos susceptíveis quando a pupila dilata e bloqueia o fluxo do humor aquoso através do angulo de drenagem. O glaucoma de ângulo fechado pode causar dor intensa e visão borrada, podendo levar à perda visual irreversível dentro de um curto período de tempo. É considerada uma situação de emergência oftalmológica e requer tratamento imediato.

 

Glaucoma de pressão normal: caracterizado por pacientes que apresentam lesão de nervo óptico com pressão intra-ocular normal. Raramente o paciente apresenta sintomas, fazendo com que ele não perceba a perda lenta e progressiva da visão periférica. Devido ao fato de exames do nervo óptico nem sempre serem realizados juntamente com medidas de pressão intra-ocular, o glaucoma de pressão normal é mais raramente diagnosticado.

 

Por isso o oftalmologista não deve dar atenção somente para a pressão intra-ocular. Ele deve sempre realizar o exame de fundo de olho onde podem ser detectadas alterações no nervo óptico sugestivas de glaucoma.

 

Glaucoma secundário: neste tipo de glaucoma o aumento da pressão intra-ocular é decorrente de outras doenças ou medicamentos. Podem estar associadas a doenças inflamatórias oculares (uveítes), catarata avançada, cirurgia ocular invasiva, alguns tipos de tumor, alteração dos pigmentos naturalmente existentes dentro dos olhos e hemorragia. Outra importante causa de glaucoma secundário é o uso de colírios de corticosteróides por tempo prolongado sem indicação e/ou acompanhamento do médico oftalmologista. Recentemente verificou-se que o topiramato (Topamax ®) utilizado para enxaqueca pode causar aumento súbito da pressão intra-ocular por oclusão do ângulo de drenagem.

 

Glaucoma congênito: é caracterizado pela má formação no sistema de drenagem do humor aquoso que ocorre em recém nascidos e crianças. A criança apresenta lacrimejamento, dificuldade em tolerar a claridade, perda do brilho da região da íris – que passa a aparentar uma coloração mais azulada e opaca - e aumento do volume do globo ocular (buftalmo).

QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DO GLAUCOMA?

  • Idade: pessoas acima dos 40 anos de idade

  • Histórico familiar de glaucoma

  • Descendentes de africanos ou asiáticos

  • Diabéticos

  • Altos míopes

  • Pacientes com trauma ocular ou doenças intra-oculares

COMO É FEITO O DIAGNÓSTICO?

A verificação de glaucoma normalmente é parte do exame ocular padrão feito por um oftalmologista. O exame deve incluir medida da pressão intraocular, além do exame do nervo óptico em busca de lesões. Se houver qualquer suspeita de lesão no nervo óptico deve ser realizada uma campimetria computadorizada e uma gonioscopia (verificação do ângulo). Caso a dúvida no diagnóstico persista, podem ser solicitados outros exames como: curva tensional diária de pressão intra-ocular; paquimetria corneana; tomografia de coerência óptica do nervo óptico (OCT) e o analisador da camada de fibras nervosas da retina (GDX).

QUAIS OS TRATAMENTOS?

Apesar da pressão intraocular elevada não ser a única causa do glaucoma, até o momento diminuí-la é o principal tratamento. Dessa forma, haverá proteção do nervo óptico e, em conseqüência, a manutenção da visão do paciente. Há três tipos de tratamento para a diminuição da pressão ocular: uso de colírios, aplicações de laser e cirurgia.

 

Implante de válvulas: válvulas acrílicas de drenagem são implantadas no olho fazendo com que o humor aquoso seja drenado por baixo da conjuntiva ocular e seja absorvido pelo organismo diminuindo, então, a pressão intraocular. O implante geralmente é utilizado quando não há êxito nas cirurgias tradicionais. Não se esgota aí a possibilidade de o paciente ter sua pressão reduzida: é nesses casos que a indicação dos implantes para o glaucoma têm sua indicação máxima. O paciente em geral encontra-se em situação desesperadora, tendo em vista que as cirurgias anteriores fracassaram. Os principais implantes de válvulas disponíveis são os de Suzanna, Molteno e Ahmed.

 

Colírios: é o tipo de tratamento inicial mais freqüente. O objetivo é reduzir a pressão intra-ocular, seja pela diminuição da produção do humor aquoso, ou pelo aumento da drenagem desse líquido do olho. Nos casos em que apenas um medicamento ocular não produz o efeito esperado, é comum a combinação de vários remédios para diminuir a produção de líquido e aumentar a sua drenagem. A eficácia do tratamento com colírio depende da disciplina do paciente. Estudos comprovam que menos da metade dos pacientes com glaucoma utiliza as gotas de acordo com a recomendação médica. Eventualmente pode ser necessária a utilização de medicação via oral para auxiliar na redução da pressão, porém quando utilizados em altas dosagens ou por tempo prolongado podem ser mal tolerados e causarem efeitos secundários.

 

Laser: O tratamento a laser pode ser eficaz para diferentes tipos de glaucoma. Costuma-se empregar o laser de duas maneiras:

 

Trabeculoplastia: O laser é utilizado para aumentar a região de drenagem e facilitar o escoamento do humor aquoso. Utilizado principalmente no glaucoma de ângulo aberto.

 

Iridotomia: utilizado no glaucoma de ângulo fechado, onde o laser cria uma abertura na íris para melhorar o fluxo de humor aquoso para o dreno.

 

Cirurgia: O tratamento cirúrgico é deixado para última instância, pois, apesar da alta sofisticação das técnicas cirúrgicas, a falta de êxito de um procedimento mais invasivo pode significar a perda total ou imediata da visão.Porém, ele não deve ser retardado demais, pois as lesões causadas por um tratamento clínico insuficiente são impossíveis de serem recuperadas.

 

Trabeculotomia: implica na criação de um novo sistema de drenagem para o humor aquoso, onde ele desloca-se para um novo compartimento – parecido com um bolha -, evitando que o nervo óptico seja lesado. Na maioria dos pacientes que são submetidos a cirurgia para redução da pressão intra-ocular ocorre o equilíbrio da pressão em um nível seguro, não precisando mais do uso de colírios ou comprimidos. Por outro lado, alguns pacientes podem apresentar difícil controle mesmo após a cirurgia, necessitando novas cirurgias ou até manter os colírios. É importante observar que a cirurgia tem como objetivo o controle da pressão intra-ocular para evitar a rápida progressão da lesão do nervo óptico, e não tem como objetivo a melhora da visão já afetada pelo glaucoma.

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